Quero provar o futuro, de mim mesmo e de meu lugar no espaço. Mas quero prová-lo por inteiro. Todo ele, que nos chega primeiramente em forma de imagens. Em forma de construções visíveis, gigantescas. Prédios , casas, rodovias, muito aço, vidro; refletido ou temperado. Tudo que, ao olharmos, nos traz a sensação de progressão, de avanço. Tudo que, segundo as regras, é sinônimo de desenvolvimento.
Mas quanto mais tento sentir nestas coisas algo além, que tenha sabor, algo que me traga uma nova forma de preenchimento que não seja o usual e disseminado cimento e tijolo, mais sou contaminado com essa antinatural certeza de que isso tudo não é o bastante.
Ainda pergunto-me do porquê de ter um dia eu imaginado haver nelas, algo que me proporcionasse qualquer pedaço do Verdadeiro. Penso “ Como pude tentar encontrar respostas no que é passageiro e fugaz ?”. Talvez seja aquela mania de aparentar o que não se é, ou apenas um processo natural de aprendizagem ,onde o apego ao sensório represente o papel de jardim de infância. Provavelmente as duas estão, corretas cada uma na sua área de atuação, seja num âmbito individual, seja no abrangente e coletivo.
Nossas cidades, que agora parecem experimentar o caráter provisório do progresso, não mostram sinais de terem se atentado ao fator mais profundo do progredir, que é o progredir da Alma. Ainda que a esse “ Índice do Progresso das Almas” não se possa dar o nome de cientificamente reconhecido, mas temos meios de atestar, mesmo que superficialmente, as posições que ocupariam neste hipotético índice vários de nossos mais “evoluídos” países. E a verdade, ainda que unilateral, é a de que as colocações das avançadas civilizações não seriam nada boas.
O pior de tudo talvez seja notar que as nações consideradas pobres e atrasadas, tomam como parâmetro e exemplo a seguir, justamente essas outras que ocupariam tão baixo patamar nesse proposto índice. Como se estivéssemos trabalhando incessantemente para nos tornarmos idênticos àquilo que notadamente não deu certo. Queremos nos assemelhar nas piores qualidades, frutos do que se costumou chamar de Progresso.
Estamos felizes por finalmente poder demolir, felizes por poder devastar, por enfim ser capaz de poluir e desperdiçar como se deve “Ah, finalmente serei tão infeliz quanto aqueles meus heróis que me ensinaram a ser assim! Ah, como é bom ser ricamente incompleto, como uma pessoa normal deve ser!!”. Assim estamos nós a celebrar o fracassado plano do Moderno Progredir. A celebrar a sublime entrada num sistema que por nossos próprios olhos, ainda que sonolentos, podemos verificar tratar-se de um sistema mentiroso.
Não se aplica somente as nações mas também aos indivíduos, que correm saltitantes e estupefatos para um abismo pré definido. Um abismo onde as regras e os resultados já são mais do que conhecidos e por demais desagradáveis. A não ser, claro, pelo prazer inicial de se mostrar em igualdade com os modelos de perfeição. Porem do inicio de algo falsificado jamais se poderá obter o que seja Verdadeiro, e o prazer se esvaio tão logo se dão conta de que esse tipo de sucesso traz consigo a solidão.
“Alcançamos a meta!! Somos agora idênticos aos nossos moribundos professores de como se deve viver!!”. Vestimos igual, falamos igual, pensamos e morremos igual.
Quando enfim os atrasados passam a copiar a característica auto destrutiva dos chamados Superiores, são parabenizados por finalmente começar a progredir.
Esquecemos que todas as questões das fomes e misérias podem ser aplacadas sem necessariamente se eliminar o que de mais se considera como humano, que é a capacidade de vivenciar a Razão de maneira amorosa e sábia, vivenciar o Espiritual e o Racional numa conjunção grandiosa e harmônica.
Sem apelar aos extremos podemos viver e provar o Futuro, abarcando o que nos rodeia não apenas com o que se pode definir e conceituar, mas também com aquilo que dá vida e que, mesmo sem nome, mostra-se como perfeitamente identificável aos que o alcançam. Alguns chamam a este estado de Amor, mas aqui diremos somente União.
Um estado de União em que uma filosofia do discurso verdadeiro tomará conta das ações e palavras, sem a triste necessidade a que fomos levados, de nos mostrarmos sempre de maneira parcial e dissimulada. Pois quando se consegue a harmonia com aquilo que antes acreditávamos impossível de unir, tornamo-nos verdadeiramente livres, não por decreto ou Constituição, mas sim por finalmente termos tocado e sentido a Liberdade de alma.
E a essa Liberdade é que deveriam estar voltados todos os nossos esforços de cidadãos. A essa Liberdade é que deveria conduzir todo e qualquer Sistema que se diga real e verdadeiro.
A luta pela Liberdade de alma deve ser nossa maior conquista, em um Progresso novo e saboroso, onde se prove indistintamente a vida feliz e por inteira.
Eu Indico : Dr.Paulo - Grupo PODER DA MENTE - Facebook
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